Vai ser publicado na edição de 1 a 15 de Maio do Jornal 4 Esquinas, o seguinte texto:
O que eu penso sobre...
Futebol. Nunca gostei de futebol. Aliás, odeio futebol. Por mais que eu tente, não consigo perceber que fenómeno que arrasta multidões em volta de uma equipa de futebol. O "amor" e a "dedicação" que cada pessoa tem pelo seu clube, para mim, não quer dizer nada. Nada mesmo. Zero. Desculpem-me se ofendo alguém, mas é assim que eu penso.
Isto vem a propósito do facto do Futebol Clube do Porto ter ganho não sei o quê, nem com quem (sei que foi em Itália), com uma equipa qualquer (nem sei se foi italiana), a propósito de um campeonato (não sei se é este o termo que os entendidos na matéria utilizam) cuja final vai ocorrer em Sevilha (isso eu sei que é em Sevilha porque os meus colegas de trabalho querem alugar um autocarro e ir para lá, agora em Maio). Escusado será dizer que nem sequer fui auscultado para saber se queria ir, porque a minha resposta só podia ser não.
E isto vem a propósito do facto de, desconhecendo eu esse jogo, caí no erro de passar pela avenida dos Aliados, no Porto, nesse fatídico dia e, ainda por cima, de carro. Foi um tormento, um suplício, uma amargura, uma agonia ter conseguido atravessar aquela avenida, em direcção à ponte D. Luís, para passar para o lado de Vila Nova de Gaia.
O povo, qual êxtase, qual bebedeira, não deixava passar ninguém. Os cachecóis em volta do pescoço; os bonés, meio revirados nas cabeças suadas, as camisolas do clube todas amarrotadas; as garrafas de cerveja, já meio vazias nas mãos; e aqueles gritos? Só se ouvia: Porto; campeões; somos campeões; o Porto é o maior. Até uma senhora, cujos 60 já tinham acontecido há muitos anos, gritava: "semos campeões; semos os maiores". E olhem que eu adoro a cidade do Porto e concordo com aquela frase que diz que o Porto é uma Nação. A cidade do Porto; não os clubes da cidade. Mas, voltando ao principal. Primeiro que eu conseguisse atravessar aquela avenida, foi um dia de juízo. Apesar de levar os vidros do carro bem fechados e o som do rádio estar nas alturas, aquele barulho ensurdecedor, lá fora, não parava de me atazanar a cabeça. E depois os beijos. O povo beijava a bandeira do FCP com um fervor tal que me incomodava; o povo gritava o nome do Pinto da Costa e do Mourinho (esses, eu sei quem são). As buzinadelas dos outros carros, enfeitados de azul e branco... Uma coisa impressionante!!!
Mas a minha indiferença para o mundo do futebol e para as questões ligadas ao futebol, não se resume ao FCP. Estende-se a todos os outros clubes; a todos os outros "povo" que têm as mesmíssimas atitudes em relação aos seus clubes do coração. Não entendo; não consigo perceber esse fenómeno e, por mais que as pessoas tentem (acreditem que já tentaram), não me conseguem convencer a gostar, ainda que por um bocadinho, desse desporto chamado rei. Aliás, essa é outra das coisas que têm que me explicar, muito bem, porque raios é que o futebol é apelidado de desporto rei.
E depois há o Euro 2004. Acho muito bem que se façam esse tipo de coisas no nosso país. Atraem pessoas, visitantes e turistas. Mas, gastarem os milhões que estão a gastar na construção de estádios, quando se podia canalizar esse dinheiro para outras coisas que fazem mais falta no nosso país, é outra das minhas revoltas. Para além disso, quando é que o país irá ver o retorno de todo o investimento que está a ser feito? Eu arrisco mesmo a dizer que, nunca. Mas isso são outras histórias que nos levariam a outras questões.
Resta-me a consolação de que os campeonatos de futebol estão quase a acabar e que, durante alguns meses, não se vai ouvir falar nesse desporto. Para depois, voltarmos ao início de tudo; voltar tudo ao mesmo; os mesmos beijos, os mesmos gritos; a minha indiferença. Como se não houvesse mais nada para falar, a não ser de futebol.
Isto vem a propósito do facto do Futebol Clube do Porto ter ganho não sei o quê, nem com quem (sei que foi em Itália), com uma equipa qualquer (nem sei se foi italiana), a propósito de um campeonato (não sei se é este o termo que os entendidos na matéria utilizam) cuja final vai ocorrer em Sevilha (isso eu sei que é em Sevilha porque os meus colegas de trabalho querem alugar um autocarro e ir para lá, agora em Maio). Escusado será dizer que nem sequer fui auscultado para saber se queria ir, porque a minha resposta só podia ser não.
E isto vem a propósito do facto de, desconhecendo eu esse jogo, caí no erro de passar pela avenida dos Aliados, no Porto, nesse fatídico dia e, ainda por cima, de carro. Foi um tormento, um suplício, uma amargura, uma agonia ter conseguido atravessar aquela avenida, em direcção à ponte D. Luís, para passar para o lado de Vila Nova de Gaia.
O povo, qual êxtase, qual bebedeira, não deixava passar ninguém. Os cachecóis em volta do pescoço; os bonés, meio revirados nas cabeças suadas, as camisolas do clube todas amarrotadas; as garrafas de cerveja, já meio vazias nas mãos; e aqueles gritos? Só se ouvia: Porto; campeões; somos campeões; o Porto é o maior. Até uma senhora, cujos 60 já tinham acontecido há muitos anos, gritava: "semos campeões; semos os maiores". E olhem que eu adoro a cidade do Porto e concordo com aquela frase que diz que o Porto é uma Nação. A cidade do Porto; não os clubes da cidade. Mas, voltando ao principal. Primeiro que eu conseguisse atravessar aquela avenida, foi um dia de juízo. Apesar de levar os vidros do carro bem fechados e o som do rádio estar nas alturas, aquele barulho ensurdecedor, lá fora, não parava de me atazanar a cabeça. E depois os beijos. O povo beijava a bandeira do FCP com um fervor tal que me incomodava; o povo gritava o nome do Pinto da Costa e do Mourinho (esses, eu sei quem são). As buzinadelas dos outros carros, enfeitados de azul e branco... Uma coisa impressionante!!!
Mas a minha indiferença para o mundo do futebol e para as questões ligadas ao futebol, não se resume ao FCP. Estende-se a todos os outros clubes; a todos os outros "povo" que têm as mesmíssimas atitudes em relação aos seus clubes do coração. Não entendo; não consigo perceber esse fenómeno e, por mais que as pessoas tentem (acreditem que já tentaram), não me conseguem convencer a gostar, ainda que por um bocadinho, desse desporto chamado rei. Aliás, essa é outra das coisas que têm que me explicar, muito bem, porque raios é que o futebol é apelidado de desporto rei.
E depois há o Euro 2004. Acho muito bem que se façam esse tipo de coisas no nosso país. Atraem pessoas, visitantes e turistas. Mas, gastarem os milhões que estão a gastar na construção de estádios, quando se podia canalizar esse dinheiro para outras coisas que fazem mais falta no nosso país, é outra das minhas revoltas. Para além disso, quando é que o país irá ver o retorno de todo o investimento que está a ser feito? Eu arrisco mesmo a dizer que, nunca. Mas isso são outras histórias que nos levariam a outras questões.
Resta-me a consolação de que os campeonatos de futebol estão quase a acabar e que, durante alguns meses, não se vai ouvir falar nesse desporto. Para depois, voltarmos ao início de tudo; voltar tudo ao mesmo; os mesmos beijos, os mesmos gritos; a minha indiferença. Como se não houvesse mais nada para falar, a não ser de futebol.
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