Já não é a primeira vez que nos vamos deparando com excessos cometidos por alguma comunicação social e, mais particularmente, por alguns jornalistas.
Esta minha introdução serve para ilustrar os ataques com que o nosso Primeiro-Ministro tem vindo a ser alvo, de uma forma, menos profissional por parte de alguns da nossa classe. Podem acusar-me de não ter grande experiência e até mesmo de não ter muita sensibilidade para entrevistar o eng. José Sócrates, mas mesmo assim, creio que isso não justifica certos abusos.
Na comunicação ao País do Presidente da República, a propósito do polémico Estatuto dos Açores, Ricardo Costa, jornalista da SIC, insurgiu-se mesmo perante a aprovação por parte da Assembleia da República do referido diploma e, claro, não iria deixar os créditos para outros na entrevista que Sócrates deu a esse canal de televisão.
Admirei-me mesmo o Primeiro-Ministro não ter abandonado a entrevista a meio; podia faze-lo e ninguém o censuraria, tais eram as afrontas dirigidas por Ricardo Costa em cada pergunta dirigida ao seu entrevistado.
O papel de um jornalista, enquanto entrevistador, é colocar ao seu entrevistado, as questões que os seus leitores ou telespectadores gostariam de colocar. Pura e simplesmente, perguntar. Escusava o Ricardo Costa de acompanhar, cada pergunta, com a sua opinião pessoal; ninguém lha pediu e ninguém estava interessado em ouvi-la.
E logo a SIC, que nos habituou a um jornalismo de qualidade, deixar-se enredar por este tipo de brejeirices, não abona nada a seu favor. Quanto a conclusões, resta saber (e isso vamos acompanhar mais próximo das eleições) se esta tendência de jornalismo político se vai manter por cá.
10 janeiro 2009
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Ser jornalista
10.1.09
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