19 dezembro 2008

Politiquices

Cada dia que passa, a minha alma se delicia com as politiquices que, por cá, se vão passando, neste país desgastado (ou será agastado?) e já cansado da vida.
É a crise, dirão alguns; é o espírito do Natal, outros acrescentarão. O que é certo é que os nossos políticos vão fazendo o favor de nos deleitar com as suas proezas, dentro e fora da Assembleia da República. Mas vamos por partes:

1. O já conhecido Paulinho das feiras, que se deleita com beijos, beijinhos e abraços ternurentos às peixeiras do Bolhão, aqui no Porto, já cansa só de ouvir falar, tantos são os seus primores com que ataca o nosso "primeiro".
Confesso aqui que tempos houve em que eu admirei esse personagem. Nos tempos idos em que o Paulo Portas foi director de um semanário já extinto das nossas praças, reconheço que, enquanto jornalista teve a minha admiração, o meu respeito e era uma pessoa que, pela sua maneira de trabalhar, muito me influenciou nesta minha “loucura” de seguir jornalismo. Mas, quanta desilusão, quanta decepção enquanto político. Comparo-o um pouco ao meu avô, que no auge dos seus 80 anos, ainda tem ideias mais modernas e mais vanguardistas que o próprio Paulinho. Deixo aqui uma homenagem a Helena Sacadura Cabral que não tem culpa nenhuma dos disparates do filho; uma Senhora com S maiúsculo em todos os aspectos.
Mais recentemente, tem-se ouvido o nosso Paulo Portas a desbobinar impropérios a torto e a direito acerca do rendimento mínimo. Aliás, não se tem ouvido outra coisa qualquer vindo do interior da sua alma, a não ser apelar veementemente ao fim dessa “regalia” com que muitos se têm vindo a governar e a “enriquecer”. Só quem não conhece a realidade deste paízinho em decadência é que tem a coragem de dizer que quem recebe uns míseros 190 euros por mês está de bem com a vida. Acredito que muitos recebam muito mais, mas o grosso necessita desta "regalia" para viver. Para sobreviver.
E o mais ridículo é que, quando ele fez parte do saudoso governo de Durão Barroso (que tão bem fez a este rectângulo, vulgo, Portugal), nada fez em contrário; afinal, é mais fácil atirar pedras do que receber as pedradas do povo.

2. Manuela Ferreira Leite, de sonante, só tem mesmo o nome. A seu respeito, nem me atrevo a comentar aquelas tiradas de suspender a democracia, sob pena de ser alvo de algum processo-crime. Mas será de crer que o PSD não consiga pôr de lado uns euritos e contratar um consultor de imagem só para ela? Aquele cabelo, aquele penteado, aqueles fatinhos démodés, o colar de pérolas (ai meu Deus, o colar de pérolas…)!!! Só mesmo por cá é que se pode dizer que ela é a única alternativa ao poder.
Dama de ferro? Onde? A Tatcher portuguesa? Não me façam rir. E por onde tem ela andado ultimamente? Um líder na oposição tem que fazer muito mais do que aquilo que ela faz, que é ficar na sombra a engendrar sabe-se lá o quê ou com quem, que é ainda pior. Se a Manuela Ferreira Leite se quiser igualar a Maria de Lurdes Pintassilgo ainda tem muito que penar, sob pena de ficar relegada para as últimas páginas da história do país.


3. Alternativa ao Poder. Mas quem é essa? Desde que me tenho por gente que vejo sistematicamente as mesmas caras, todas as santas semanas, dia após dia. Veja-se o que acontece, por exemplo, nos Estados Unidos. Nas eleições presidenciais, o derrotado nunca mais se vê a fazer política activa e não volta a concorrer ao mesmo cargo. Por cá as coisas não são assim: no poleiro estão sempre as mesmas caras, a defender as mesmíssimas ideias e os pensamentos do século passado. Quanto à nova vaga de políticos, não se lhes conhecem novas ideias; pelo contrário, seguem as mesmas pisadas dos "velhos do Restelo".

4. Aqui tenho que fazer novo ponto. Falar de Pedro Santana Lopes não é sinónimo de alternativa, nem aqui nem em lado nenhum e nem mesmo para ninguém. Currículum: ele foi presidente numa câmara (dizem até que não se safou mal), foi presidente num clube de futebol (a minha alma recusa-se a falar desse desporto), voltou a ser presidente noutra câmara e deixou-a cheia de dívidas. Foi depois primeiro-Ministro, tendo feito um trabalho deplorável que é melhor não falar, para não me arriscar a outro processo-crime. Disse que ia andar por aí e volta agora à carga para se candidatar a mais um mandado como presidente.
Desculpem lá, mas estas coisas só acontecem mesmo por cá. E nós ainda acreditamos neste tipo de pessoas que apregoa aos sete ventos, saber o que é melhor para nós, os pobres coitados que não têm dois palmos de testa nem tão pouco têm cabeça para pensar sozinhos.

P.S.: As fotos, por muito que procurasse, foi o melhor que encontrei, no meu vastíssimo arquivo.

2 Comentários:

Maria Paula Ribeiro disse...

Joel,

Bela descrição! Veio mesmo da tua alma! :=)
Muito bom....

Mas...Eu vou ser alternativa a este meu País!!!!!!!!
So me falta uma retro-escavadora para umas quantas limpezas, lol lol

Beijinho grande

Joël Pinto disse...

1 escavadora para ti e um martelo pneumático para mim. Dava-me jeito um cá em casa para umas obritas que estamos a pensar fazer.
Mas como está tudo pela hora da morte, vamos ter que arregaçar as mangas e fazer nós mesmos.
Quando vieres cá ao Porto, avisa para vires dar uma mãozinha... lol

Beijinho