Os acontecimentos dos últimos dias têm-me feito pensar no estado das coisas e a que ponto chegámos, quer enquanto pessoas, quer enquanto País. Já há muito que todos nós sabemos que nada nesta vida é garantido e, quando a pressão aperta, português que se preza, sabe como ninguém apertar o cinto, arregaçar as mangas e deitar mãos à vida, ou ao que dela sobra e/ou vai sobrar.
Quero com isto dizer que nada é eterno e tudo aquilo a que nos habituámos, de repente, damos por nós a pensar que tudo foi em vão e que de nada adiantou o nosso esforço.
Num Estado democrático como o nosso, cabe-nos a nós eleger quem nos represente perante todo o tipo de poder, seja ele, a nível regional como nacional. E apesar das nossas ideologias e da nossa maneira de pensar, ser e estar, temos que nos resignar quando outra pessoa é eleita para nos representar, quando não era essa a nossa vontade. No entanto, num Estado de direito, a maioria vence, o que nem sempre se traduz em que ela possa fazer o que bem lhe apetecer sem passar cavaco a outros.
Quando nos deparamos com um governo que possui maioria absoluta na assembleia da República, é fácil conduzir os destinos do País; quando há dinheiro (principalmente, muito dinheiro), é fácil levar a Nação a bom porto; quando tudo está bem, não é difícil fazer o que quer que seja, agradando o povo, desde que, com isso, o mantenha satisfeito.
Porém, um governo com maioria relativa, necessita de saber dialogar e, nunca como até aqui, o termo diplomacia tem tanta importância. Quando o dinheiro é pouco (ou no nosso caso, quando não há dinheiro), é extremamente complicado agradar a gregos e a troianos, havendo a necessidade de, com mestria, savoir-faire e muita diplomacia, saber conduzir os destinos de um País, fragilizado, com as suas debilidades, e à beira da bancarrota.
Mas, no fim de contas, quem é que está certo e quem é que está errado? Quem fala verdade e quem fala mentira? Quem é que nos está a enganar e quem nos está a levar por bom caminho? A resposta a estas questões é a mesma se colocarmos estas perguntas quanto à religião. Qual é a certa? Qual devemos seguir? Quem fala verdade?
Em todas elas, a resposta correcta é: Não sei ou Não se sabe.
E, no meio de tudo isto, damos a nós a pensar que, aquilo que toda a gente quer é Poder. Agora, sim, dediquemo-nos ao título do meu texto; perguntam: só agora? Então, já deviam estar habituados que, antes de me dedicar ao assunto em si, divago, divago e divago… Adiante!
Nunca como agora se ouviram expressões como “agarrado ao poder”, “ir com sede ao pote”, “deslealdade”, “desonestidade”, “mentira”, “traição” ou “corrupção”. Todos nós sabemos que estar na política não é para todos; também, já todos nós sabemos que os políticos (um pouco por todo o mundo, aliás) nunca foram bem vistos, aos olhos da plebe. Por vezes, para se alcançarem os objectivos propostos, é necessário enveredar por caminhos e tecer teias que poucas pessoas conhecem. E, na maior parte das vezes, os meandros com que se cosem e descosem acordos, são tão ou mais escuros que nos levam ao segundo tópico deste texto: as politiques.
Estas são tanto maiores, como baixas, dependendo da forma ou da maneira como são encaradas e/ou vistas pelos outros: são maiores, se as negociações durarem muito tempo; são baixas, se forem jogadas com armas impróprias. E quem é que não gosta/quer poder? Quem nunca o teve, certamente, porque aqueles que já o tiveram (por mais pequeno que fosse), têm sempre a ambição de o aumentar. E aqui, jaz o problema! A forma como pode ser articulada essa ambição para o alcance de (mais) poder.
E é aqui que o novelo não pára de girar e de aumentar; a ambição desmedida, aliada à baixa politique que se vai fazendo, faz com que os nossos queridos políticos enveredem por um caminho mais escuro: o da badalhoquice.
Ora, para que isso não aconteça, veja o vídeo que se segue e tire o seu "Curso de Político" em 10 lições:
A vontade de assentar arraias no trono, faz com que se utilizem as menos apropriadas armas numa luta de desiguais que, à partida, devia ser entre iguais. Isso faz com que, em vez de se negociar, se opte pela rasteira baixa e pela retirada do tapete. As consequências vêm mais tarde; vêm sempre mais tarde e, nessa altura, o Zé, que não é povo mas que faz parte do povo, e que já está habituado a apertar o cinto, é convidado a pronunciar-se.
O problema é que, português que se preze tem a memória curta e apenas se lembra dos maus momentos que passou; os bons, esqueceu-os depressa. Nessa altura, se calhar, já será tarde demais e os seus olhos já estão tão enevoados que de nada adianta argumentar com o que quer que seja.
São sempre os mesmos; o tacho é só para os amigos; são só velhos que lá estão… tudo isto é verdade mas se nada fizermos, o estado de coisas mantém-se tal como até agora. Por vezes, a vontade que dá, é a de deitar a toalha ao tapete e desistir, mas se há coisa que o português está habituado é a de ter esperança.
Será que é desta que o D. Sebastião vem aí para nos salvar???
1 Comentários:
Olà joel obrigado pela curso de politicos depois de o ver acho k estou pronta a me candidatar quando ouver aqui eleiçoes kkkkkkk..
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